Onde são produzidas as células Car-T

Conheça os centros brasileiros que produzem células CAR-T, sua tecnologia avançada e como esses tratamentos inovadores beneficiam pacientes com câncer.

A terapia CAR-T representa um avanço significativo no tratamento de doenças hematológicas e alguns tipos de câncer. 

No Brasil, essa técnica inovadora depende de centros especializados para a produção das células modificadas, garantindo que cada tratamento seja personalizado para o paciente. Diferente de medicamentos tradicionais, as células CAR-T são produzidas a partir de células T do próprio paciente, geneticamente modificadas para reconhecer e atacar células tumorais. Esse processo exige infraestrutura sofisticada, equipes altamente capacitadas e rigorosos protocolos de qualidade.

Características da produção das células CAR-T

A produção das células CAR-T envolve etapas complexas que garantem segurança e eficácia. Inicialmente, as células T do paciente são coletadas e levadas a laboratórios especializados. Em seguida, essas células são geneticamente modificadas para expressar receptores quiméricos de antígenos (CAR), que permitem que identifiquem e destruam as células tumorais. Depois da modificação, as células passam por processos de expansão e controle de qualidade antes de serem reinfundidas no paciente.

Todo esse procedimento exige equipamentos de ponta, ambientes esterilizados e protocolos rigorosos de monitoramento, garantindo que as células modificadas estejam seguras e prontas para agir no organismo do paciente. 

Essa complexidade explica por que poucos centros no país estão habilitados para produzir e aplicar a terapia.

Centros de produção no Brasil

No cenário nacional, alguns centros se destacam pela produção e aplicação de células CAR-T:

  • CTC-USP (Centro de Terapia Celular da Universidade de São Paulo): Foi o primeiro centro a desenvolver tecnologia totalmente nacional para a produção de células CAR-T. Ele atua como referência em pesquisa e desenvolvimento, criando métodos que podem ser replicados em outros laboratórios.
  • Hemocentro de Ribeirão Preto: Desenvolveu tecnologia própria para a produção das células e realizou o primeiro tratamento com CAR-T na América Latina, consolidando o país no mapa internacional da terapia celular avançada.
  • Nutera (Ribeirão Preto): Uma parceria entre o Hemocentro de Ribeirão Preto e a USP, funciona como uma verdadeira “fábrica de células”, produzindo tratamentos CAR-T para pacientes em diferentes regiões do país.
  • Hospital Sírio-Libanês: Um dos poucos centros hospitalares habilitados a aplicar a terapia CAR-T, com infraestrutura completa e equipes treinadas para o manejo seguro do procedimento.
  • Hospital Israelita Albert Einstein: Desenvolveu sua própria produção de células CAR-T em parceria com o SUS, realizando estudos clínicos que avaliam a eficácia e segurança da terapia em pacientes com doenças hematológicas.
  • Instituto Butantan: Atualmente em expansão, está construindo uma plataforma nacional de produção de células CAR-T, em colaboração com o Hemocentro de Ribeirão Preto e a USP. O instituto também realiza pesquisas clínicas para validar novas aplicações da tecnologia.

Importância da produção nacional

A existência de centros nacionais permite que pacientes tenham acesso mais rápido à terapia CAR-T, sem depender exclusivamente de importações, que podem ser caras e burocráticas. 

Além disso, a produção local facilita o desenvolvimento de protocolos adaptados à realidade brasileira, garantindo maior segurança e eficácia para os pacientes.

A capacidade de produzir células CAR-T no país também fortalece a pesquisa científica nacional, promove a formação de profissionais especializados e contribui para que o Brasil seja referência em terapias avançadas na América Latina.

Fonte da imagem: laboratório de terapia com células T CAR do Hospital Universitário de Zurique (USZ)

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