Estruturação de centro de produção

Conheça a estruturação de centros de produção de células CAR-T, etapas do processo, boas práticas e requisitos para terapias seguras e eficazes.

A estruturação de centro de produção de células CAR-T é um processo altamente especializado e delicado, que exige centros de produção com infraestrutura avançada e equipe capacitada. Esses centros devem garantir que todas as etapas — desde a coleta das células T do paciente até a formulação final do produto — sejam realizadas com segurança, qualidade e conformidade regulatória. 

Estrutura e Fluxo de Trabalho

1. Infraestrutura:
O centro precisa de áreas distintas para cada etapa do processo. Isso inclui:

  • Coleta de células T (leucaférese), em ambiente seguro para o paciente.
  • Processamento celular, que engloba isolamento, ativação e transdução das células.
  • Expansão celular, em incubadoras e sistemas de cultivo especializados.
  • Formulação final e controle de qualidade, com laboratórios dedicados para testes e análises.

2. Equipamentos essenciais:
O funcionamento de um centro de produção depende de tecnologia avançada, incluindo:

  • Citômetros de fluxo para análise e caracterização celular.
  • Sistemas de cultivo celular automatizados.
  • Máquinas de leucaférese para coleta eficiente das células T.
  • Equipamentos de transdução genética, como vetores virais ou sistemas de eletroporação.
  • Sistemas de congelamento e armazenamento criogênico, garantindo a viabilidade das células.

3. Pessoal qualificado:
A equipe deve ser multidisciplinar, composta por:

  • Pesquisadores e profissionais especializados em terapia celular, biologia molecular e imunologia.
  • Técnicos de laboratório para manipulação e manutenção das células.
  • Equipe de controle de qualidade e logística, responsável por rastreabilidade e segurança.

4. Boas Práticas de Fabricação (GMP):
Todo o processo deve seguir rigorosamente as diretrizes de GMP, assegurando que o produto final seja seguro, eficaz e consistente. A observância dessas normas é essencial para a autorização regulatória e para a confiança dos pacientes.

Etapas do Processo de Produção

1. Coleta de Células T:
A leucaférese separa as células T do sangue do paciente, retornando os demais componentes. Esse procedimento é realizado em ambiente seguro e monitorado, garantindo conforto e segurança ao paciente.

2. Enriquecimento de Células T:
Após a coleta, as células T são isoladas e enriquecidas, utilizando técnicas como centrifugação e separação por densidade ou marcadores específicos. Esse passo aumenta a proporção de células T viáveis para a modificação genética.

3. Transdução Genética:
As células T são geneticamente modificadas para expressar receptores CAR, capazes de reconhecer células tumorais. Os vetores utilizados podem ser virais, como lentivírus, ou não virais, como transposons ou eletroporação de mRNA, garantindo eficiência e segurança na modificação.

4. Expansão Celular:
As células modificadas são cultivadas em condições controladas para aumentar o número de células CAR-T disponíveis para infusão. Esse processo é monitorado de perto para manter a viabilidade e funcionalidade celular.

5. Controle de Qualidade:
Durante todas as etapas, testes rigorosos são realizados para garantir:

  • Pureza das células.
  • Viabilidade e funcionalidade.
  • Ausência de contaminação.

6. Formulação e Congelamento:
Por fim, as células CAR-T são formuladas em solução apropriada para infusão. Elas podem ser utilizadas imediatamente ou criopreservadas para uso futuro, mantendo sua eficácia por longos períodos.

A estruturação de um centro de produção de células CAR-T combina tecnologia, regulamentação e expertise científica. 

Cada etapa é planejada para garantir que a terapia seja segura, eficaz e personalizada, oferecendo aos pacientes acesso a um tratamento inovador que pode transformar o manejo de doenças oncológicas complexas.

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